25 de dez. de 2008

Estórias que o povo conta - Parte 1

É um pouco grande, mas compensa ler.

Conto de hoje: Um velório muito louco.

Bão gente, eu sou o Toinho, essa história que eu vou contar aconteceu há muito tempo, em 1986, eu tinha 9 anos de idade, e já trabaiava em uma oficina como ajudante, lá eu aprendi a dirigir desde o primeiro dia manobrando os carros.
Acontece que um dia um amigo meu dessa oficina passou mal, e a familia num tinha nenhuma condição, como não teve como tratar ele morreu, bateu as botas, se pirulitou-se, mas eles não tinham dinheiro para pagar nem o caixão.
Após muita peleja, eles conseguiram que a prefeitura desse o caixão, mas só o caixão, o velório teve de ser na casa deles mesmo, e nem o transporte, nem o cemitério a prefeitura doou.
Os visinhos fizeram uma vaquinha e pagaram o cemitério, só que como a grana era pouca foi um cemitério no interior, muito longe, mas o transporte ainda era problema, ainda mais pela distância.
Um dos visinhos, um velho rabugento, bebum, disse: "nesse momento todos tem que ajudar", e ofereceu levar o presunto na Caravam dele, que naquele ano já era velha (tá longa essa história né? mas calma já vai acabar)
Bem, o corpo foi velado a noite inteira, e o velho que prometeu levar o corpo ao cemitério, ficou um pouco no velório e de lá foi pra um buteco enxugar umas.
O sepultamento estava marcado para 10horas da manhã, e o dono da banheira que ia transportar o falecido, não apareceu.
Com isso fomos chamar o pangaré, a mulher dele nos respondeu que tava escornado na cama, chapado, porque tinha pouco tempo que tinha chegado do bar, explicamos a situação, e ela nos disse: "Bem, eu vou até chamar, mas eu acho loucura, ele dirigir do jeito que está, vai é matar mais alguns".
O homem levantou naquele estado, e foi manobrar o carango, nem conseguiu tirar da garagem, bate de um lado, bate do outro, me aguniei e ofereci pra levar o carro.
Mas um mininu? Era a única alternativa.
pegamos o caixão, que devia ter umas 3 mudas de planta pra ajudar a enfeitar, o morto que tava lá dentro, enfiamos dentro da Caravan 1963, e arrancamos em rumo ao cemitério, além do caixão, entrou todos que acompanhariam o cortejo.
Qualquer movimento do carro ouvia-se o barulho do corpo dentro do caixão, (ploft, pow) quando entramos na primeira curva, próximo a um rio, a tampa trazeira da furreca abriu, o caixão caiu e nem percebemos.
Quando chegamos ao cemitério, nem buraco pra enterrar tinha, juntaram os homens mais fortes para isso, e quando fomos buscar o futuro enterrado, cadê?
A viúva desesperada: "nem morrer em paz o Zé pôde'', todo mundo encafufado: " com certeza colocamos ele dentro do carro" daí voltamos pra procurar o morto fugitivo.
No meio do caminho, achamos uma abertura no mato e um risco no barranco, olhamos lá pra baixo no rio, e imaginamos que o caixão caiu e saiu chiando até o rio, pra nossa surpresa vimos o falecido Zé, nadando de braçadas que só vendo, melhor que Michael Phelps em olimpíadas...
Uai, tá pensando o que? depois disso tudo, você acha que ele ainda ia querer morrer afogado?

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Baseado em fatos nada reais, mas contada de verdade pelo Antônio, com uma cara de sério que precisava ver.

Um comentário:

a gerbera e o gato disse...

hahahahahahah realmente! valew a pena ler 4 horas de história! gostei gostei!!!finalmente um blog bom =uP
=^_^=